No Capítulo Anterior...
Ele já tinha andado
por uns 20 minutos numa pista deserta até pegar uma estrada de barro mais
deserta ainda.
- Parece que temos companhia... Mas é melhor assim, vão
todos de uma vez só! – Comentou o Bartô.
Olhei pelo
retrovisor e deu pra ver uma luz –de carro- um pouco atrás da gente. Cada vez
mais se aproximava do nosso carro, o que fez o Bartô correr ainda mais.
- São eles! – Falou o Bartô enfurecido com o que acontecia.
- E o que você esperava? Que não viriam atrás de nós? Você é
burro demais, Bartô! Agora você vai para onde merece! – Disse aquilo de forma
alegre.
- Se você diz... – Respondeu ele que girou o carro na
estrada e tomou rumo de volta para a pista, o que eles não esperavam e nos
perderam de vista.
- Um a zero para mim! – Disse ele que terminou com uma
gargalhada.
- Pode dizer o que quer comigo?
- Calma filha! Eu já disse que vai saber muito em breve...
- Quer me matar? É isso? Então me mata logo! Aqui, agora,
vai me mata! Mas por favor, deixa minha família em paz!
- Quieta! Família? Você chama aquilo de família? – Gritou
ele.
- Sim! E olha como fala deles! Ao contrário de você, não
eram eles que me batiam, me proibiam de sair de casa, e foram eles que me
acolheram depois daquele acidente que você causou.
- Fica quieta! – Gritou ele me levantando a mão com intenção
de bater.
Bartô parou o carro
no meio da estrada logo após tentar me bater, o medo tomou conta de mim, com
certeza iria fazer algum mal a mim, iria me matar.
- O que vai fazer? – Perguntei, mas fiquei no vácuo. – O que
vai fazer? Responde! – Insisti.
- Estou apertado! Preciso sair, e ai de você se tentar
escapar...
Bartô saiu do carro
e fechou a porta. Consegui vê-lo até a beira da estrada. Aquela era minha
chance de fugir, uma vez que fugisse dali ele não me encontraria e eu buscaria
ajuda imediatamente.
- Burro! – Disse aquilo e abri a porta.
Me assustei quando
ao sair encontrar o Bartô bem na minha frente.
- Eu sabia que iria fugir... Burra! – Disse ele que ainda
colocou um pano com uma substância forte na minha cara me fazendo cair em sono
forte.
Hoje: É apenas um sonho - Parte II
Acordei num galpão
que parecia abandonado, com as mãos amarradas.
- Bom Dia! – Falou o Bartô em tom alegre.
- O que fez comigo? O que fez? – Gritei.
- Que humor! Nada! Não fiz nada! Apenas te coloquei pra
dormir, estava irritando demais...
- E o que vai fazer? – Perguntei novamente. Bartô se
aproximou de mim e agachou, já que eu estava no chão.
- Vou fazer tudo o que um dia te disse! Você vai se
arrepender de ter feito o que fez! – Ele estava com uma cara pior que a de
costume.
- Eu te odeio Bartô!
- Está um belo dia, não acha? – ironizou ele. – Vou buscar
comida no carro.
- Pode pelo menos me soltar? Minhas mãos estão doendo e
formigando.
- Se tentar alguma coisa eu te deixo amarrada.
- Tá! Não vou fazer nada!
Bartô me
desamarrou, e como prometi, não tentei nada, não porque fui burra e perdi a
oportunidade, mas porque eu estava longe da porta e caso tentasse correr ele
atirava em mim. Bartô saiu apontando a arma para mim e quando saiu fechou o
portão na corrente. Esperei-o sair de perto e peguei o celular que trouxe sem
ele ver, por sorte tinha sinal.
- Um SMS! – Escrevi a mensagem o mais rápido que pude.
“Preciso de ajuda, o louco do meu pai me trouxe para um
galpão a mais ou menos 1 hora de carro
daí. Ele está armado, porém sozinho, por favor, tragam a polícia, por um
descuido dele enviei isso. Como está a minha mãe? E o Simon? Amo vocês!”
Ouvi o Bartô
destrancando o portão. Escondi rapidamente o celular para que ele não
encontrasse. Ele entrou no galpão com comida.
- Come! – Disse ele colocando uma cesta com frutas perto de
mim.
- Não quero! Vai que tem veneno ou alguma substância...
- Não seja otária! E não perderia a oportunidade de eu mesmo
fazer algo contigo.
- Então come! Só assim eu posso saber que não tem nada.
- Já que insiste... – Bartô pegou um morango e comeu, assim
fez também com uma maçã e um pedaço de laranja. – Tirou a prova?
Ainda meio
desconfiada também comi das frutas que ele trouxe.
- Bom né? – Perguntou. Fiz que sim com a cabeça.
- Posso te perguntar uma coisa? – Perguntei.
- Claro! – Respondeu.
- Porque me odeia tanto?
Bartô demorou um
pouco a responder, com a expressão de seu rosto, parecia não esperar que a
pergunta fosse essa.
- Porque não te odiaria? – Respondeu ele com um sorriso
malvado. – Você me fez as maiores raivas que alguém poderia ter. Por isso te
odeio.
- Mas... – Quis continuar.
- Sem, mas! Agora preciso buscar algo no carro.
Bartô levantou-se e
chegou até a caminhar em direção ao portão quando foi surpreendido com alguém
que falava ao megafone. A Polícia estava cercando o galpão.
- Saia daí com as mãos pra cima e sem a arma. Não faça nada
com a garota. – Falou um policial no megafone.
Como chegaram aqui? Como? – Bartô virou-se para mim. - Com
certeza foi você! O que você fez? O que fez? – Gritou ele me puxando pelo
braço.
- O mundo é dos mais espertos, Bartolomeu! – Falei
seriamente.
- Se entrega Bartô! Você está cercado! E não faça nada com a
minha filha. Laali! – Falou minha mãe.
- Só me entrego quando acabar com a vida dela.
- Não faça nada com a garota. – Falou a polícia.
- Se tentarem alguma coisa a garota morre. – Respondeu ele
me apontando a arma.
- Se entrega Bartô! Não vai ganhar nada me matando. Se
entrega, vai! – Pedi.
- Não! Só sairemos daqui mortos.
- Bartô... – Nesse momento comecei a chorar. - Mesmo com
tudo que você me fez, tudo que me disse. As vezes que me bateu. Me fez
chorar... As vezes que me ameaçou... Como agora... Eu te perdoo! Eu perdoo de
todo coração... Pai! – Disse aquilo com toda sinceridade e chorei mais ainda.
Senti o Bartô me soltar devagar a baixar a arma.
- Você disse... Pai?! – Perguntou ele com vontade de chorar.
– Concordei com a cabeça. – E disse que... Que me perdoa por tudo que eu te
fiz?! – Novamente concordei novamente. – Eu me transformei em um monstro! Eu
não mereço viver...
- Pai, você precisa se tratar, ir para uma clínica de
reabilitação, ou se internar...
Meu pai começou a
chorar, chegou a se ajoelhar no chão, parecia estar sentindo algo.
- Desculpe, Lali! Desculpe por todas as loucuras que eu
fiz... – Dizia ele chorando ajoelhado.
- Está perdoado! Levanta... – Disse parando de chorar.
- Me orgulho de você... Não se transformou no monstro que eu
me transformei, mesmo em meio a tanta dor e tristeza.
- Senhor Bartolomeu, mais uma vez, pedimos que saia com as
mãos pra cima, sem a arma e com a garota ilesa. – Avisou novamente o policial.
- Vai... Pode ir, Lali... Vou me entregar! Vai! Seja feliz
com quem te faz feliz! – Bartô disse aquilo e tirou da arma todas as balas que
tinham lá, jogou-as no chão e me entregou a arma. – Para que saiba que não vou
fazer nada... Leva!
Confiei no que ele
disse e caminhei até o portão. Respirei fundo e abri-o. Estavam minha mãe,
Nico, Peter e Emilia lá fora com a polícia.
- Lali! – Gritou minha mãe assim que me avistou e correu para
me abraçar. Choramos juntas. – E o louco do Bartô?
- Está lá! Ele vai se entregar... Mandou a arma como sinal
de que não vai fazer nada... – Soltei a arma no chão sem querer, tudo estava
rodando.
- Lali! – Ouvi minha mãe dizer me segurando. – Lali, fala comigo!
- Lali... – Falou o Peter.
Abri os olhos
devagar... Vi minha mãe sentada ao meu lado. Eu estava em um quarto de
hospital.
- Lali... – Disse ela baixinho. – Filha...
- Mãe... – Falei mole.
- Espera... Doutor... Doutor... Ela acordou! – Disse ela
emocionada.
Veio um médico e
uma enfermeira até onde eu estava, fizeram um check-up em mim e disseram que
estava tudo bem, logo eu me recuperaria completamente.
- E o Nico? Veio com você?... E o Simon? Como ele está? –
Perguntei.
- Desculpe filha, mas... Que Nico? Que Simon? – Perguntou
ela.
- Nico, seu namorado, e Simon, filho dele, meu namorado...
- Espera... Não estou entendendo nada! Eu não conheço nenhum
Nico e nenhum Simon, não tenho nenhum namorado chamado Nico, e seu único
namorado é o Peter...
- Para de brincadeira... Peter é namorado da girafa! Como
não conhece o Simon?! O Bartô atirou nele... O Bartô! Cadê ele? Ele se
entregou? Euge, Simon, Nico, a mãe do Nico, Peter, Emi, girafa... Onde eles
estão? Voltaram para a fazenda? Eu quero vê-los, preciso ir até lá!
- Filha... O Peter, a Emi e o Bartô eu conheço, mas...
Simon, Nico... não sei quem são...
- Como não? Eu morei lá quando acordei do acidente...
- Lembra-se do acidente?
- Claro! Só que antes não, pois acordei desmemoriada e o
Nico me ajudou, morei lá por um bom tempo, aí na festa do Simon vocês chegaram
e depois eu consegui me lembrar, aí na noite de ontem, eu acho, o Bartô... Ele
me levou para um galpão e quis me matar, mas depois se entregou e... – Nesse
momento fui interrompida pela minha mãe.
- Filha, você estava em coma há duas semanas... Não
aconteceu nada disso, foi só um sonho, talvez...
Me surpreendi com o
que ouvi.
- Quê? Como um sonho? Não... Tudo foi muito real... Mãe...
Me fala que é brincadeira...
- Mas não é... Nada aconteceu, pelo menos não realmente. Vou
te falar o que aconteceu...
Minha mãe me
explicou tudo, e não me restava outra opção a não ser aceitar.
Por incrível que pareça não precisei ficar muito tempo no
hospital, logo fui para casa. Antes resolvi passar onde estava o Bartô. Ele
estava calmo, sentado sozinho numa árvore.
- O que faz aqui? – Perguntou ele calmamente.
- Já me recuperei... Vim te ver antes de voltar pra casa.
- Já me viu, pode ir!
- Sabe, durante o coma, sonhei que te perdoava por tudo.
- Que bom...
- E sabe o que mais? Era de todo coração... Sem falsidade,
mentira...
- Terminou?
- Só mais uma coisa...
- Rápido, pois não tenho todo tempo do mundo.
- Eu te amo. Pai. E te perdoo. – Ele ficou quieto ao ouvir
aquilo. – Bom... Tchau, né?! – Virei para ir embora.
- Eu também... – Disse ele em meio às lágrimas. Virei-me
também chorando. – Eu também amo você. Me perdoa de verdade?
- Claro! Claro! – Disse emocionada. Nos abraçamos. Beijei-o
na cabeça.
- Diga a todos, Sua mãe, Peter, Emilia... Que peço perdão.
Fui embora dali com
a sensação de ter nascido outra vez. Depois de oito dias recebemos a notícia
que ele se matou, foi um choque para todos nós.
7 ANOS DEPOIS...
- Simon! – Gritei. –
Vem cá amor! Vem! – Finalmente eu estava me sentindo completamente feliz, anos
de uma vida agitada, perturbada, por fim um momento de paz e tranquilidade. –
Vem cá, me dá um beijo!
Peter e Simon
vieram e sentaram ao meu lado.
- Vocês são dois presentes na minha vida, de verdade, foi o
melhor que me aconteceram, assim como a lesada e a tua mãe.
- Vocês dois foram meu maior presente, a vida me deu você e
você me deu nosso filho. – Disse o Peter me beijando.
- E você? Não me dá um beijo? – Disse ao Simon logo o
abraçando.
Abraçamos-nos nós
três, Peter, Simon e eu.
E assim seguimos
nossa vida, agora com 23 anos, estava casada, com um filho de 2 anos e
trabalhava na empresa que a Emilia e a minha mãe abriram juntas, de moda.
Peter, com 24 anos, também trabalhava lá. Moramos nós cinco na mesma casa.
Todos os anos, visitamos e celebramos uma missa para o Bartô. E tudo o que um
dia sonhei, de um bom futuro, paz e tranquilidade, hoje vejo realizado.
(POIS É GALERA, INFELIZMENTE COM O FIM DO BLOG, VEIO O FIM DAS WEB's, INFELIZMENTE TIVE QUE ENCURTAR ESSA, NÃO QUERIA DECEPCIONAR NINGUÉM. MUITÍSSIMO OBRIGADO A TODOS, E DESCULPEM AS VEZES QUE NÃO POSTEI E ATÉ MESMO QUANDO A PAREI.
SE PUDEREM COMENTAR, SEREI ETERNAMENTE GRATO!)
♥
Amei o final do Barto e da lali e a maneira como foi fechada, uma web linda..
ResponderExcluirNaaao.. Acaba não!! Nem a web nem o blog :(((
ResponderExcluirAmei.. Postem agora meu primeiro amor... Pf pf
ResponderExcluirO ultimo parágrafo resumiu tudo assim como o pedido de disculpas de barto pra lali e qnd se abraçaram... Lindo !!!?
ResponderExcluircaraca...eu realmente fui pega desprevinida eu n esperava q fosse um sonho!!Vc tem mt talento cara!!
ResponderExcluirVou sentir mt falta do blog, por mim ele continuaria por mt mais tempo!!!