Raridades de ida e volta entre a ficção e a realidade, Jimena Barón e Rosa Montes – sua personagem em ‘Sos mi hombre’, a novela de Pol-ka que é transmitida por El Trece – tem destinos cruzados.
Rosa decidiu ontem à noite que voltará ao povoado para viver com sua mãe e sua filha, depois de ter se arrependido da decisão de se casar com Oso (Gabriel Goity) no exato momento de dar o sim no registro civil. Nada que não possa acontecer em uma novela.
Mas a diferença é que neste caso, o destino da personagem foi determinado por uma decisão da atriz: apaixonada pelo futebolista Daniela Osvaldo, poucos dias atrás, renunciou a seu trabalho e partiu para viver com ele em Roma.
Ao modo das heroínas de telenovelas, Jimena Barón deixou tudo por amor: família e trabalho. Romântica, a escolha da atriz é ainda mais julgada se for considerado quanto custa aos atores se desprender dos personagens que lhes trazem boas críticas da imprensa e o apoio do público.
Jimena, essa Rosa Montes, que um dia chegou do interior do país a Buenos Aires, decidida a abrir caminho na cidade usando um par de luvas de boxe, se deparou com enormes satisfações. Barón, conseguiu com que os seguidores da novela se apaixonassem por essa menina solidária, reta, pura vontade e sacrifício.
Avançada a história, quando, quase sem dar conta, Rosa começou a se transformar e a jogar a duas pontas com Oso e Carrizo, a mentir para ambos, a gerar ilusões em um minuto e decepcioná-los no seguinte, Barón conseguiu com que os telespectadores começassem a enfastiar com a atitude da personagem.
Ontem, quando Rosi disse desconhecer a pessoa escura em que estava se convertendo, Barón voltou a nos fazer sentir por essa menina arrependida, a ternura que havíamos experimentado no início da trama.
Enfim, Jimena Barón colocou os espectadores pra dançar ao som da música que o autor, Leandro Calderone, escrevia para Rosa Montes. Isso, aqui e na China, se chama atuar. Isso é ser uma atriz.
Como tantos outros seguidores de ‘Sos mi hombre’, lamento a partida de Rosi. Vamos sentir saudade. Muita. E para piorar, fomos castigados, porque, oportunamente, tivemos que nos despedir de outros personagens: Iván (Raul Rizzo), El Turco (Joaquín Furriel), Manuel Ochoa (Lito Cruz).
Mas com Jimena Barón é diferente: enquanto seus colegas saíram da novela por questões da trama ou de outros compromissos profissionais, ela se vai por amor. A diferença não é menor para os que desfrutam das novelas.
Românticos ao fim, para nós, o desgosto de saber que Rosa cumprirá em breve sua promessa de voltar ao povoado e que então deixaremos de tê-la cada noite na tela se compensa com a história que conta a realidade: uma atriz que abandona um grande papel na ficção para correr atrás do homem pelo qual é apaixonada do outro lado do oceano.
Felicidades para você Jimena Barón. E obrigado por Rosa Montes.
Fonte: Quase Anjos 23
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