MEU PRIMEIRO AMOR TEMPORADAS

VIVER SEM TI

sábado, 1 de setembro de 2012

Entrevista de Peter Lanzani na revista Watt.



O fotógrafo, Mariano, pensa em voz alta: “Este garoto caminha sozinho pela rua? Não tem medo?”. Parece que não. Com apenas 22 anos, Peter está hiper treinado. Sabe como se mover, onde buscar a luz, como cuidar de seu perfil.

Sorri e por momentos, ainda temos a miragem de Thiago de Casi Ángeles frente a nossos olhos. Mas se acomoda em frente a câmera, suas expressões ficam mais serias e se nota que mudou. Agora aparece Eliseo de La Dueña, o primeiro passo neste caminho que seguramente implica um salto de fé enorme para ele.

Na entrevista, reforça essa premonição. Mas muito menos fiquemos tão solenes. Peter ainda está mais próximo dos 20 que dos 30 e continua aproveitando.

O que significa esta nova etapa para você?
Estou feliz. Foi um compromisso mudar de rumo e o fiz com o sinal positivo na frente. Mudei de imagem e estou tentando explorar outras faces de ator e pessoais. Hoje, minha meta é conhecer outras pessoas e aprender trabalhando. Não estou buscando o êxito de minha carreira. Busco crescer, encontrar novos caminhos e me conhecer. Me falta muito, mas por algo se começa.

Você ocupa um lugar de galã, imposto pelo próprio fanatismo das meninas. Hoke, faz um mulherengo adulto. Outra coisa. Até fez um trio na ficção. Foi difícil para você dar o salto?
Tenho vergonha e vou continuar tendo sempre, porque sou assim. Os moleques devem pensar: “Este sim que está passando mal!”. Embora não seja tudo foda. É bom ter cenas hot com uma mina, mas não sabem o que é o backstage. Ajeitam seu cabelo, te freiam na ação. É difícil fazer. Dá vergonha, sobretudo se você acabou de conhecer a atriz. Depois vai ter que continuar vendo-a. Mas por sorte, as poucas cenas que fez foram todas respeitosas e cuidadas. No unitário, são mais ricas as gravações, porque tem mais tempo. Na tira te gritam: “Não saiu! De novo, rápido!”.

"Nunca vou renegar de Casi Angeles, foi o trampolim de minha vida. Mas a gente precisa avançar”

Você fez a transição de garoto adolescente em frente a milhares de pessoas. Quando você se sentiu adulto? Quando fez o click?
Trabalhando, tomando decisões ou aconselhando amigos em determinadas situações que eu já vivi. Trabalhar neste ambiente te dá experiência. Você aprende aos golpes. Tive que me estabelecer mais rápido. Mas em outro sentido, saio com meus amigos e continuo me divertindo como quando tinha 15 anos.

Qual foi o papel de sua familia neste crescimento?
Foi difícil para todos, porque não tínhamos nada a ver com este meio. Venho de uma familia amante do esporte, de classe média, colégio com dobro de escolaridade. Meus pais me bancaram sempre, se animaram a dar o salto comigo. Sem eles não poderia ter feito. Aos 14 anos tomei a decisão mais importante da minha vida: deixar o colégio, os treinamentos que amava e meus amigos. Mudou tudo. É um meio muito difícil. Meus pais me ajudam e aconselham, mas não há nenhuma decisão que eu não haja tomado. Me respeitam e me acompanham. E se faço alguma besteira, é responsabilidade minha. É uma preparação para que, se Deus quer, quando tenha 30 e siga trabalhando disto a tenha mais clara.

Quais foram os prós e os contra de crescer frente à TV?
O positivo é que aprendi tudo sozinho. Cai, me machuquei, voltei a me machucar e nunca mais me esqueci do que fez. Obvio que estudar é muito importante, mas onde você cresce e aprende muito é no trabalho. E os contras… o nível de exposição te limita. Para algumas coisas está bom, mas para outras não. Quero sair para tomar algo com meus amigos e as pessoas não entendem que você está em seu mundo. Ás vezes te pedem uma foto e você está no pior dia da sua vida. Não quer falar com ninguém, e te dizem “Que má onda!”. A exposição é muito complicada. Ao ser uma pessoa pública, tem que tratar de entender bem todo o mundo.

Ficou difícil para você manter o laço com suas amizades?
Meus amigos do clube e do colégio mantenho. Mas me encontrei com pessoas geniais, com as que foi difícil manter o vínculo. O trabalho te cansa. Tem que estar gravando oito horas seguidas. As energias te levam ao caralho. Mas sigo me levantando cedo, treino, vou a aulas de canto, de piano. A gente trata de se perfeccionar.

“Ás vezes te pedem uma foto e você teve o pior dia de sua vida. Não quer falar com ninguém, e te dizem 'Que mal humor!' A exposição é muito complicada”

Como vai seguir sua relação com a música?
Agora que terminou Casi Ángeles vai ser complicado, porque minha carreira fez na mão da música. Uns amigos tem uma banda que se chama Malvón. Me fascina a dinâmica e sempre que posso lhes dou uma mão, porque há gente muito talentosa que lhes custa se fazer conhecida. Me junto com eles para cantar, é ótimo. Não sei se no ano que vem vou estar fazendo uma comédia musical ou lançando um disco. Mas sempre está bom ser completo. Ponho um exemplo extremo: Rusell Crowe. O vê em Gladiador, e é o tipo mais temperado do mundo. Mas agora vai fazer com Hugh Jackman Los Miserables em Broadway. É genial. Veja Zack Efron. Há pessoas as quais podem gostar. Para outras pode parecer um idiota. Mas o moleque dança, canta, atua, fez shows pelo mundo. Nada lhe veio de cima.

Falando de Zack Efron, as comparações são inevitáveis. Ele conseguiu se despegar de High School Musical. Você tem medo de que sua cara fique pegada para sempre a um Teen Angel?
Minha imagem vai ficar pegada para sempre a um Teen Angel, mas se tenho medo vou ficar sem fazer nada mais. Por isso, sigo treinando para o futuro. Seguro que farei outras coisas e a gente dirá (voz de estorvo) “Uh, veja este teen angel!”. Mas depois podem chegar a descobrir que faço as coisas bem. Nunca vou renegar de Casi Ángeles, foi o trampolim de minha vida. Mas a gente precisa avançar. As pessoas julgam, é fácil dizer “Veja este babaca”. Se você quer, veja Bailando por un Sueño. Eu vou continuar fazendo isto.

Se em um ano está em Bailando, te busco…
(Risos) Não sei, tudo pode ser. Cada novo desafio se acrescenta. Tenho que demonstrar quem sou. Era um teen angel e fez uma cena que foi visto mmeu bumbum em La Dueña e todo mundo se escandalizou. Sim, também posso sair assim e além disso tenho um bom traseiro! (risos). Muitos não devem ter gostado, e outros não. Há que mostrar diferentes faces.

“Minha imagem vai ficar pegada para sempre a um teen angel, mas se tenho medo vou ficar sem fazer nada mais"

Que coisas você aprendeu no meio?
Saber como se planejar. Faço isto e até aqui chego. Colocar um límite para que não te tomem para a pavota por ser moleque. Antes, era uma hora assinando autógrafos que se convertiam em três e a gente pedindo por favor que terminasse. Não é fácil. Mas também passando os límites você aprende a ver até onde chega. Tem que seguir sendo você mesmo, não se perder. Isso é o mais difícil, de repente você acha o número um. E não! No dia de amanhã, vem um cara mais talentoso que você e te passa por cima.

História bizarra com seus fãs…
A merda! Tantas! Te seguem a todos os lados e você não pode acreditar. Em Israel, fomos até o Mar Muerto e umas meninas nos seguiram no taxi, gastando todas suas mesadas e nem sequer sabiam se podiam tirar foto ou não. É uma loucura, mas uma loucura linda. Graças a eles é que Casi Ángeles durou tanto tempo.

Já chegou alguma roupa interior femenina em sua casa?
Sim! E aproveito para pedir que não venham mais em minha casa, porque meus irmãos vão me matar (risos). Há límites. Não vivo sozinho. Tocam a campainha a qualquer hora e meus irmãos estão cochilando. Mas me têm dado presentes muito personalizados, sabem o que eu gosto. É muito louco.

Uma fã te presenteou algo melhor que um amigo?
Sempre. Me tem presenteado duas guitarras e um amigo só me comprou uma cerveja por meu aniversário (risos).

Você é amante do rugby e nasceu no berço do clube. Quando começou a trabalhar como ator, você se perguntou por não ter seguido o esporte de maneira profissional?
Sim! E continua acontecendo, mas em outro nivel. Meus amigos jogam no clube de meus amores, Alumni. Meu melhor amigo está na primeira e quando vou ver, fico louco. Adoraria voltar a jogar e ter essa vida. Mais por sentir falta, não por um desejo profissional.

Esteve muito tempo em uma relação (com Lali Espósito) e não só foi sua companheira de trabalho, mas também cresceram juntos. Hoje, seus amigos te impidem de voltar a se fisgar?
Não! Saimos, nos divertimos. Mas esse típico preconceito está presente. Você beija uma mina e no dia seguinte te mandam uma mensagem “Já está namorando? Não seja pollerudo eh!”. Eu também o faço todo o tempo de brincadeira. Mas estou mais além disso. Se quero estar namorando, vou fazer isso. Embora jamais vou deixar de sair com amigos. Se uma vez ao mês tem uma conversa profunda com um amigo rugbier, já é muito pedir (risos). Mas nos bancamos e contamos nossas coisas entre nós.

"Não sei se quero sair com uma pessoa que me conhece por meu trabalho. Prefiro sair com uma menina que chupa um ovo, que me interesso para ficar e não consigo"

Existe o prejuízo do rugbier: o tonto que o único que quer é brigar...
Há de tudo. O prejuízo maior é (coloca voz de idiota): “Olá, quero fazer um tacle e poguear” (risos). De moleques todos nos cagamos e fomos idiotas. Mas meus amigos, nada a ver. Se há abacaxis, somos os primeiros em dispersar a situação…para ter mais meninas para nós na boate. Há diferentes estilos (risos).

Muitos pensam que como bom ex Teen Angel você pode ficar com quantas meninas quiser. Quanto há de verdade, quanto de mentira?
Metade e metade. Tem mais aviso prévio, mas tem a ver para o que você é. Não sei se quero sair com uma pessoa que me conhece por meu trabalho. Prefiro ir com uma menina que chupa um ovo, que tento ficar com ela e não posso.

Te rejeitaram muitas vezes?
Muitas! E vai continuar acontecendo, graças a Deus.

Alguma garota com que você quis ficar não te conhecia?
Sim, me aconteceu com garotas mais velhas sobretudo. Mas últimamente, muitas se fazem as “Ai, não” (com voz nasal), mas chegam ás três da manhã, estão em peido e colocam A ver si pueden de Casi Ángeles e ficam loucas. No final me rejeitam, mas a idiota que sabia todo o tema era você! (risos) Aí está o prejuízo latente. Isso sim que não gosto.

Como você se imagina aos 40 anos?
Eu gostaria de ter filhos e uma familia, mas ainda não me imagino nessa situação. Acho que me imagino como sou agora, mas mais velho. Fazendo o que gosto, que é isto. Seguir atuando e melhor…tomare. Cruzemos os dedos (risos).

Fonte: Quase Anjos 23

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