Amor e Obsessão - Capítulo 10

No Capítulo Anterior...

   A festa já havia começado e já eram por volta das 8 da noite, e o amigo do Simon, o Peter não tinha chegado. Ele estava ligando e tal, mas só dava caixa postal.

- E o Peter? Já chegou? – Perguntava o Simon a todo o momento.

- Ainda não! Talvez seja porque ele more na cidade e deve ser um pouco longe de lá pra cá, ou sei lá. – Disse eu dando força ao Simon.

- Olha lá! Chegaram! – Disse o Nico que olhava pela janela.

- Chegaram? Pera! Mar vem comigo, preciso retocar a maquiagem! – Disse a Euge. – Vai que ele trouxe o Nico. Vem! – Continuou ela que pegou minha mão e me levou correndo até o banheiro.

- Calma! To indo!

- Olha lá, hein Eugênia! – Disse o Nico.

   A Euge já tinha se maquiado por completo e estávamos voltando pra sala.

- Mar, vem! Eles querem te conhecer! – Disse o Simon que chegou de repente e foi me levando.

- Calma! Devagar... – Respondi.

- Então gente, e principalmente Peter, essa é a Mar, minha namorada! – Disse o Simon sorrindo.

- Oi! É um prazer conhecer o melhor amigo do meu namorado! – Disse sorrindo quando me apresentei.

   Toda aquela gente de repente olhou pra mim de um jeito surpreendente.

- Lali? – Disse uma mulher loira que olhava surpresa e fixamente para mim, com certeza veio com o Peter.

- Filha? Filha! Lali! – Disse uma outra mulher morena que também veio com o Peter.

- Oi? – Disse eu confusa com aquilo tudo.

- Essa não é a Mar! É a Lali, minha namorada! – Disse o Peter.

   Todos continuavam me olhando espantados e me chamando de Lali. Fiquei mais confusa ainda.

Hoje: O Verdadeiro Eu

OFF: Por mais que você fuja, tente esconder sua identidade, ocultá- la por trás de pessoas ou até mesmo coisas, e até se você perder a memória, e esquecer quem é e até quem foi, em algum momento irá se revelar quem é você e porque se esconde, ou de quem se esconde. Irá aparecer “O Verdadeiro Eu” que existe em todos.

   Fiquei mais confusa ainda quando o tal de Peter se aproximava de mim e me chamava de Lali – assim como todos que vieram e estava na sala- e dizia que eu era a namorada dele.

- Ah, calma aí, Peter! Ela é a minha namorada! – Dizia o Simon.

- Como sua? Como sua? Ela é a minha namorada! – Retrucou o Peter – Lali! Me ouve! Você namora comigo, é a minha Lali com quem passei por muitos apuros por causa do seu pai! – Continuava ele.

- Vai se ferrar cara! Ela é minha namorada! – Repetia o Simon com raiva.

- Basta! Basta! Os dois fiquem calmos! – Disse o Nico apartando a briga. – Peter, como sabe que a Mar é a sua namorada?

- Essa não é a Mar, é a Lali! E como eu não iria reconhecer a garota que viveu momentos malucos comigo. Lali, você é filha dela, da Gimena, você pode estar desmemoriada, não sei, mas você é a Lali que tinha um monstro como pai, que ameaçava me matar e até você se caso a gente continuasse junto e ele te proibia até de sair de casa... – Disse ele até o momento que o interrompi.

- Chega! Chega! Eu não me lembro! Não me lembro de vocês! Eu não consigo lembrar... Não sei quem é essa Lali, não sei quem é esse pai monstro, e mais, só te conheço como amigo do Simon! – Disse eu caindo no choro.

Lali! – Disse o Peter.

- Chega! Ela tá confusa, todos estamos! Vem cá, Mar! – Disse o Nico me abraçando. – Vamos conversar como gente descente, não com esses gritos. Euge, pega um copo com água pra Gimena, sentem- se todos. Melody, por favor, avisa que a festa acabou. Se for preciso devolve até os presentes. Calma!

   Quando estávamos todos calmos, sentados, e sem chorar, eles começaram a falar o que sabiam.

- Você é a minha filha, minha única filha. Me chamo Gimena, você costumava me chamar carinhosamente, de lesadinha, pelo fato que sou meio lesada. Seu pai, o Bartô, é um monstro, te proibia de te namorado e nem amigos. Você só saía de casa para a escola, e às vezes ia à igreja comigo. Você namorava o Peter, que uma vez te ajudou a fugir de casa, mas aí ele descobriu, e a sua vida que já era um inferno, piorou mais ainda. Ele descobriu onde você tava, repetiu as ameaças contra o Peter, ameaçou me matar se você não voltasse para casa. Quando chegaram em casa, as malas estavam prontas, nós íamos embora para um lugar no campo, longe da cidade. Lá foi só mais uma cena de terror que ele fazia com aquela arma. No carro você queimava de febre, numa discussão nossa o carro virou, eu gritava por você, mas você que já estava acordada não respondia. Depois disso eu acordei num hospital, me deram a notícia que você tinha morrido na explosão do carro, mas não encontraram nada seu nos restos do carro. Seu pai atualmente está num hospício. Sempre tive a certeza que você estava viva, mesmo quando todos achavam que você tinha morrido. Coração de mãe não se engana. Você está aqui na minha frente. – Disse a Gimena emocionada.

- Sou o Peter, e sou mais que o amigo do Simon. Eu era o amor da sua vida e você o meu. Nos amávamos, você enfrentava seu pai com fúria para poder ser feliz ao meu lado. Quando tentamos fugir, nós pensávamos que seria o fim dessa história toda, íamos morar longe do seu pai e depois voltaríamos para buscar sua mãe e a minha. Quando você foi embora naquele carro, ficou me olhando e chorando até não poder mais, eu chorava muito. Se chorei muito na sua partida, mais ainda quando me deram a notícia que você tinha morrido. Quase não acreditei. Foi um punhal no peito. Acredite! Você e eu nos amávamos. – Disse o Peter.

- Sou a Emilia, mãe do Peter, sua sogra, ou ex sogra, não sei. Você e o meu filho se amavam, enfrentavam tudo e todos para serem feliz se fosse preciso, e era, mas o “todos” era apenas o Bartô. – Disse a Emília fazendo sinal de aspas com os dedos na parte do “todos”.

- Não lembro! Eu não lembro! Desculpem... – Disse isso e corri pro quarto chorando.

   Peter e Simon estavam na porta do quarto gritando por mim, o Simon me chamava de Mar, o Peter me chamava de Lali, e eles ainda brigavam.

- Ela é a Lali! É a minha namorada! – Dizia o Peter.

- Ela é a Mar! E você é um traíra, um fura olho. – Dizia o Simon.

- Eu fura olho? Você é um fura olho, e um cara de pau. Como pôde roubar a namorada do seu melhor amigo? Ah vá se... – O interrompi novamente.

- Calados! Os Dois! Não entenderam quando eu pedi para parar? Chega! Não vou falar com nenhum até isso tudo estiver resolvido. E deixem de briga! Vão embora! Quero ficar sozinha... Mentira! Chamem a Euge! – Disse aquilo e fechei a porta e fui esperar a Euge.

   Passaram- se três minutos e eu tinha certeza de que eles continuavam lá parados, em pé na porta.

- Vão embora e chamem a Euge! – Gritei.

   Acho que deu certo, eles pararam de ficar feito dois bobões parados ali e foram embora. Com toda aquela situação eu estava mais que cheia, e precisava desabafar com uma amiga, nesse caso, obviamente, a Euge.

   Alguém estava entrando, só podia ser a Euge.

- Euge preciso conversar contigo, urgente! – Disse eu sem nem ver quem era, mas achando que era ela. Levantei-me – pois estava deitada de bruços – e ia sentar para dialogar com ela.

- Não sou a Euge! Sou a Gimena, ou lesada, sua mãe! E por favor, eu preciso com urgência falar com você. – Disse ela que estava com olhos inchados de chorar. Fiz que sim com a cabeça e começamos o diálogo.

   Ela me explicou tudo novamente, disse que me amava, sentia minha falta, eu era a melhor amiga dela e ela a minha. Falou do meu pai que estava internado por cometer tantas loucuras. Acabei chorando junto a ela, aquela conversa me fez muito bem, até porque eu já acreditava também que era filha dela, só não lembrava nada.

- Eu queria te mostrar uma foto, mas como isso aqui foi tão de repente... – Disse a Gimena. – Mas pera, no celular, no celular, claro! Como eu sou lesada, sorry! Toma, Vê! – Até ri quando ela se chamou de lesada. Ela me entregou o celular e eu vi a foto.

   De repente aconteceu uma coisa que até eu não soube o que era, parecia que a foto tinha criado vida e estivesse se mexendo. Veio-me algo na cabeça.

   Eu não podia acreditar, eu me lembrei daquela foto?! Espera... Não só da foto! Eu estava lembrando de tudo, de tudo mesmo, as brigas com meu pai, as lágrimas que derramei com a minha mãe, os beijos no Peter, a tentativa de fuga, quando meu pai foi até a casa da Emi, as ameaças que ele me fez, quando fui embora a força, de ver o Peter chorando e até a roupa que ele estava – um short até o joelho, sem camisa e de sandália –, a arma do meu pai, das cenas de quando estávamos no carro, de quando tomei aquela água com sonífero e dormi, da forte chuva que estava quando acordei, da briga dos meus pais no carro, na hora que o carro capotou e da minha mãe gritando meu nome, depois daquilo só desde quando acordei no meio do nada, desmaiei outra vez e acordei aqui. Ah, e que não consegui dizer, olhando nos olhos do Peter o quanto eu o amava, aquilo era o pior. Me emocionei e comecei a chorar por aquilo.

- Ei, porque tá chorando? O que houve? – Disse ela já querendo chorar outra vez.

- Eu me lembrei de tudo! De tudo! – Disse eu emocionada.

- O quê? – Disse a Gimena já com os olhos cheios de água.

- Eu me lembrei de tudo o que aconteceu, da minha infância até agora. E pra quem perdeu a memória, saber quem é de verdade, é uma maravilha, um milagre! Eu te amo mãe! Minha lesada! – Chorei mais ainda e ela caiu também no choro, nos abraçamos, ela me beijou na testa e eu a beijei na bochecha. Aquilo foi um milagre! Eu tinha acabado de recuperar toda minha memória.

OFF: Saber quem é você de verdade, ou até mesmo mostrar quem é você, recuperar a sua identidade verdadeira, é sentir que nasceu de novo só que cheio de memórias. É se sentir outra pessoa sendo quem 

você é de verdade.

CONTINUA...

Atualizado com o 10º Capítulo ~> Amor e Obsessão - Capítulos (ATUALIZADO)

(GALERA, POR FAVOR COMENTEM MUITO, COM NO MÍNIMO 5 COMENTÁRIOS POSTAREI O 11º CAPÍTULO O MAIS RÁPIDO POSSÍVEL. DESCULPEM NOVAMENTE. SE POSSÍVEL, APERTEM NOS BOTÕES DE REAÇÃO LOGO ABAIXO. NÃO PERCAM OS PRÓXIMOS CAPÍTULOS).